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Estado de Minas

Empresários lançam alternativas para esquentar negócios no inverno


postado em 24/06/2012 07:46 / atualizado em 24/06/2012 07:49

Basta esfriar que Júnia Quick, do Néctar da Serra, atende aos pedidos dos clientes pelo bufê de caldos (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press.)
Basta esfriar que Júnia Quick, do Néctar da Serra, atende aos pedidos dos clientes pelo bufê de caldos (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press.)

Com as temperaturas em queda, os negócios de verão começam a se preparar para encarar as perdas no faturamento, que chegam a 30%. Por causa da chegada do inverno, sorveterias, lojas de moda praia, casas de açaí e lanchonetes especializadas em saladas e lanches naturais investem em novos produtos para fugir do prejuízo e alavancar as vendas. Nas lojas de biquínis, por exemplo, os empresários passam a vender casacos e calças de moletom para quem pratica atividades físicas. Sorveterias e lanchonetes, por sua vez, apostam em receitas quentes para atrair o paladar dos clientes. Para conseguir manter a saúde financeira de seus empreendimentos diante da queda nos lucros, o planejamento se apresenta como ferramenta essencial, segundo a analista do Sebrae Andreza Capelo.

De acordo com ela, o planejamento financeiro, aliado às ações de marketing, deve ser feito anualmente para que os empreendedores tenham clareza da sazonalidade do negócio e consigam se preparar para os períodos de baixa nas vendas. “Mesmo que ele não consiga projetar uma ação para cada estação, ele precisa ter a tranquilidade necessária para fechar contratos com fornecedores e divulgar suas ações com antecedência”, explica. “Não adianta ter a ideia e saber geri-la. Também é preciso divulgá-la porque, se os clientes não sabem das novidades adotadas pela empresa, eles deixam de consumi-las”, completa.

Para vencer a crise imposta pelo frio, a lanchonete e restaurante Néctar da Serra, por exemplo, aposta na tradição. Há seis anos, a proprietária, Júnia Quick, oferece um bufê de caldos com mais de 20 opções salgadas e três doces. A necessidade de investir em um cardápio diferenciado foi notada em um inverno em que a empresa perdeu 25% de seu faturamento. Hoje, após a implantação do bufê de caldos, os lucros da estação se equiparam aos do verão. “Quando começa a esfriar as pessoas já começam a pedir os caldos. Eles já viraram atração da época e acabam sendo uma opção lucrativa para o negócio”, lembra.

Durante o dia, a empresária aposta ainda em um almoço com opções naturais, incluindo uma salada quente com legumes assados. À tarde, os clientes podem consumir crepes e outros lanches, que substituem o açaí, um dos carros-chefe do estabelecimento. Porém, Júnia Quick reforça que o cardápio tradicional permanece à disposição do cliente, mesmo com as novas ofertas. “Continuam sendo vendidos porque o inverno no Brasil não é tão rigoroso”, reforça.

Mesmo diante de um clima tropical que permite dias e noites menos frias, o movimento em sorveterias cai quase que pela metade. Portanto, o cardápio muda para se adequar à estação. Na Alessa Gelato e Caffè, os proprietários começam os preparativos em abril. Além de apostar em sorvetes feitos com bases de creme, chocolate e doce de leite, eles oferecem sobremesas quentes inusitadas e com sotaque mineiro.

Entre elas, a “Nó Sinhora”, canjica quente servida com coco e uma bola de sorvete de canela e uma taça com três bolas de sorvete de doce de leite – que tem três variações de sabor – e calda quente de doce de leite. Uma sopa quente de frutas vermelhas também é servida com sorvete. Fora as novidades, a forma de servir o sorvete, segundo a sócia-proprietária Andrea Manetta traz impactos para as vendas do inverno. “Enquanto todos vendem sorvetes com temperatura que vai de 18 a 22 graus negativos, nós oferecemos o produto na temperatura imposta pela técnica italiana, que vai de 8 a 12 graus negativos. A loja climatizada também ajuda o cliente a querer consumir o sorvete como sobremesa e não só para se refrescar”, garante.

Pelo nono ano consecutivo, a sorveteria Salada também investe na diversificação do mix de produtos com a “Temporada de sorvetes quentes”. As opções apresentam contrastes de temperatura e sabores, além de reformular receitas conhecidas. Entre elas, a taça colegial, que ganhou as versões pé de moleque cremoso, explosão de chocolate e cheesecake de framboesa. Os preços variam de R$ 7,90 a R$13,90, enquanto o quilo do sorvete é vendido a R$ 39,90.

ENQUANTO ISSO...…cardápios da época

Restaurantes, bares e padarias de Belo Horizonte também estão incrementando seus cardápios e esperam gerar acréscimo de 30% nas vendas neste inverno. Cafés, caldos, chocolates, massas, bufês de sopas, caldos e produtos juninos devem incrementar o mix de produtos oferecidos e prometem ser uma saída lucrativa para os estabelecimentos. O restaurante Antonucci, por exemplo, oferece às quartas um menu tipicamente alemão, enquanto o Cafe de la Musique investe na oferta de massas, risotos e sopas. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação do Estado de Minas Gerais (SIP) e vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista, “o comerciate que expuser bem e incentivar os produtos típicos da estação terá o aquecimento esperado nas vendas”.


Dos biquínis aos moletons

As empresas de moda praia estão entre as que mais sofrem com as baixas temperaturas. Para enfrentar a queda no faturamento, elas apostam em roupas de ginástica, que garantem até 70% das vendas do inverno. Isso porque durante a estação os biquínis garantem apenas 30% das vendas. Segundo os lojistas, compram biquínis e maiôs apenas as pessoas com viagens programadas para as férias de julho ou os adeptos da hidroginástica. “A confecção de calças de ginástica e até de casacos de moletom e de tecidos tecnológicos passa a ser uma saída para nós”, pondera a proprietária da loja Papaia Verde, Rita de Cássia Vieira. A empresária aposta ainda em promoções, com descontos que chegam a 40%, para manter o negócio. “Tenho a loja há 13 anos e no início era mais difícil entender a demanda do mercado, mas hoje colocamos todas as nossas atenções nessas peças, que salvam o nosso orçamento”, garante.

Em vez de lamentar as perdas da estação, o empresário Sérgio Augusto Pereira, proprietário da loja Líquido, usa as armas que tem para não perder dinheiro. Ao investir em roupas estilosas e quentinhas, ele consegue faturar 70% com a venda de produtos fitness. “Caminhamos junto com a moda. Se muda a coleção, nós também mudamos, mas sempre com produtos que agreguem valor para o cliente”, explica. “Se ele percebe que você se lembra dele mesmo na época em que seu negócio não é forte, se esforçando para oferecer novidades, ele sempre vai se lembrar de você e isso faz com que a marca se fortaleça”, conclui.


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