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Estado de Minas

Inflação oficial dá uma trégua em maio

IPCA fecha maio em 0,36%, acumulando 4,99% nos últimos 12 meses e abrindo espaço para novos cortes na taxa Seli


postado em 07/06/2012 07:44

A inflação do país perdeu força em maio, aproximando-se do centro da meta do governo – 4,5% para 2012. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou o mês com alta de 0,36%, após elevação de 0,64% em abril. A taxa acumulada em 12 meses, de 4,99%, é a menor desde setembro de 2010 e faz crescer a expectativa de novos cortes na taxa de juros. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o resultado do IPCA dá "graus de liberdade" para que o Banco Central possa ter uma "política monetária mais flexível", sinalizando para novos cortes na taxa básica de juros da economia brasileira, que, em 8,5%, atingiu o menor percentual da história.

Na surpresa positiva do índice nacional, o setor de transportes teve destaque, impulsionado pela queda do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que já mostrou impactos aliviando a pressão sobre o custo de vida. “O recuo foi tímido em carros novos, mas expressivo no segmento de usados”, aponta Thiago Curado, analista da Tendências Consultoria. Ele também chama a atenção para a queda de preço do etanol. Ao contrário do que ocorreu na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o grupo de despesas pessoais teve forte desaceleração no país, passando 2,23% em abril para 0,60% em maio. “A saída do impacto dos cigarros, e também dos medicamentos, foi outra pressão positiva no índice”, comenta o economista.

Enquanto o custo de vida desacelerou no país, na capital a inflação surpreendeu no caminho inverso. O IPCA apurado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi responsável pela segunda maior pressão de alta no IPCA – atrás de Salvador –, com variação de 0,65%. O resultado acumulado nos cinco primeiros meses do ano atinge 2,88% contra 2,24% para o país. Em 12 meses, a inflação acumula alta de 5,64% na RMBH. “Pressionaram o índice as tarifas de água e energia elétrica, serviços domésticos e despesas pessoais, como o preço do cabeleireiro”, aponta Antônio Braz, analista do IBGE em Minas.

Futuro

A despeito da alta registrada também em Goiânia e Recife, a redução da cotação das commodities, o arrefecimento da demanda mundial e a boa safra brasileira são contribuições apontadas para manter a inflação dentro da meta do governo, que considera aceitáveis dois pontos acima ou abaixo de 4,5%. O professor de economia aplicada e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Ricardo Reis, acredita que o preço dos imóveis devem sofrer uma estabilidade ou mesmo queda nos próximos meses, aliviando a pressão da construção civil sobre a inflação.

Pesquisa da Fundação Ipead/ UFMG mostra que no mês passado algumas taxas praticadas pelo mercado, como a do cheque especial (-1,56%), tiveram queda, mas os juros do cartão de crédito, por exemplo, continuam intactos. A taxa média do setor é de 12,81% ao mês. “A Selic pode chegar a 8%, mas o Banco Central deve fazer uma parada técnica para aliviar os efeitos dos cortes. Existe uma defasagem entre a medida monetária e seus efeitos”, diz Wanderley Ramalho, coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Fundação Ipead.


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