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Estado de Minas

PIB de Minas avança 2,1% e mostra leve recuperação

Economia do estado cresce mais que a do país no primeiro trimestre, em relação a igual período de 2011. Agropecuária e indústria fecham no vermelho, mas os serviços salvam


postado em 07/06/2012 07:40

Ancorada no aquecimento do comércio, dos serviços de transportes e da construção civil, a economia mineira cresceu 2,1% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, conforme relatório publicado ontem pela Fundação João Pinheiro. Embora o resultado tenha superado a expansão bastante modesta de 0,8% do Brasil na mesma base de comparação, a soma da produção de bens e serviços do estado, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), mostrou, de fato, uma tímida recuperação. No quarto trimestre de 2011, o crescimento havia sido de 1,8%, sucedendo parcos 0,3% apurados no trimestre anterior, ambos comparados a idênticos meses de 2010. Por trás dos números, fica a dúvida sobre o caminho dessa reação, ainda sem impactos das medidas recentes lançadas pelo governo federal para reanimar a atividade produtiva no país.

Segmentos pesados na formação do PIB estadual, a agropecuária e a indústria fecharam o primeiro trimestre no vermelho. A queda do agronegócio, de 1%, só não foi maior graças às boas estimativas da produção de leite, soja, milho e feijão de primeira safra para este ano. Diferentemente do Brasil, que amargou recuo de 7,3% na atividade, as lavouras de Minas sofreram menos com o período chuvoso, avalia Thiago Rafael Corrêa de Almeida, especialista do departamento de contas regionais da Fundação João Pinheiro. No setor industrial, os movimentos foram contrários, no entanto, muito próximos. Em Minas, houve retração de 0,2%, enquanto a média nacional registrou ligeiro aumento de 0,1%, na prática uma situação de estabilidade. As empresas prestadoras de serviços contribuíram com expansão de 2,8% no estado durante o primeiro trimestre.

Nos últimos 12 meses até março. a performance do PIB mineiro foi 1,9% maior, tanto quanto a do Brasil. “Ainda é cedo para avaliarmos se essa tímida melhora do PIB vai se manter”, afirma Thiago Almeida, especialista em políticas públicas da Fundação João Pinheiro. A rigor, surgem dois lados da mesma moeda para a economia nos próximos trimestres. Com o bom desempenho esperado para a cultura do café, responsável por um terço do valor da produção agrícola mineira, a tendência é de uma performance mais positiva da agropecuária, assim como o benefício da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente nos automóveis deverá influenciar numa recuperação da indústria automotiva.

No sentido contrário, o aumento do endividamento das famílias brasileiras poderá frear as vendas do comércio e os rumos da crise internacional e do dólar não estão claros para reanimar outros braços da indústria que dependem do comércio internacional. “A presidente tomou medidas para reanimar a economia, mas elas só terão efeito no fim do ano. Até lá, temos de sobreviver”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior. Para o industrial, são necessárias ferramentas complementares à expansão do crédito a taxas mais baixas e à desoneração da folha de pessoal de 15 setores da indústria.

A pressão da crise internacional e das importações sobre a demanda de produtos importantes da economia de Minas, como o aço, se refletiu numa queda de 10% da metalurgia básica, que engloba as siderúrgicas e os produtores de ferro-gusa, matéria-prima das usinas, puxando uma série de resultados negativos, como os das indústria automotiva (-4,7%), extrativa mineral (-4,4%) e o refino de petróleo e álcool (-2,7%). Respondendo por cerca de 10% do desempenho da indústria mineira, as mineradoras foram obrigadas a reduzir a produção, em decorrência das enchentes do começo do ano, e exportaram menos por força do crescimento menor da China, principal parceira do comércio do estado com o exterior.

Luz vermelha Com taxas de crescimento acima da média brasileira, a indústria da construção civil de Minas avançou 3,9%, em comparação ao período de janeiro a março de 2011, e preserva estimativas de expansão de 4,5% a 5% neste ano, segundo o economista Daniel Furletti, coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). No Brasil, o setor cresceu 1,5% ante os primeiros três meses do ano passado. A nova onda de construção de shopping centers no estado contribuiu para o bom desempenho.

Um risco que as empresas passaram a considerar, no entanto, e que pode abalar as previsões é a redução do volume de investimentos na economia brasileira, que caiu de 19% para 18% do PIB. “Esse movimento acende uma luz vermelha. Precisamos mudar esse patamar para no mínimo 25% do PIB, afinal na China os investimentos representam 44%”, afirma Daniel Furletti. Não há como prever o tempo em que as medidas de estímulo à economia serão assimiladas e só no fim do ano é que o quadro de crise internacional estará definido, e não solucionado, alerta Juliano Lima Pinheiro, diretor da corretora de valores Corval e professor de pós-graduação em finanças da escola de administração e negócios Ibmec. Ele trabalha com projeção de no máximo 3% de crescimento da economia brasileira em 2012.


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