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Estado de Minas

Instagram vira ferramenta para fotografar e vender mais

Ferramenta deixa de ser apenas um aplicativo para produção de belas imagens pelo celular e se transforma em vitrine


postado em 22/05/2012 07:09 / atualizado em 22/05/2012 07:47

Criado pelo americano Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger, o aplicativo gratuito para celulares Instagram se tornou febre em todo o mundo, em pouco menos de um ano, por possibilitar o compartilhamento de cliques feitos com a câmera do celular. Mas não se trata de qualquer fotografia. Com 18 filtros preto e branco, coloridos, com efeitos de envelhecimento e luzes diferenciadas é possível dar um toque mais moderninho às imagens divulgadas no aplicativo, que também funciona como rede social. Antes, a ferramenta era disponibilizada apenas para iPhone, mas hoje foi adaptada para os celulares com sistema Android, conquistando milhares de novos usuários e ampliando as oportunidades para quem viu no Instagram chance de fazer aparecer o seu negócio. Afinal, quem usa o aplicativo para se promover garante: “Uma imagem vale mais que mil palavras”.

Helena Oliveira viu na ferramenta uma nova de exposição de sapatos(foto: Oliveira Calçados / Divulgação)
Helena Oliveira viu na ferramenta uma nova de exposição de sapatos (foto: Oliveira Calçados / Divulgação)

A jovem mineira Helena de Oliveira, de 21 anos, é uma dessas empreendedoras. Ela viu no aplicativo a oportunidade ideal para ganhar dinheiro com um negócio familiar, que existe há mais de 25 anos e estava estacionado. A empresa, antes gerida apenas por seus pais, vivia uma realidade mais limitada, produzindo e vendendo apenas para revendedores e clientes antigos. Agora, fatura cerca de R$ 3 mil por semana com a venda de sapatos, além dos negócios feitos com lojas multimarcas. Graças ao Instagram as clientes virtuais da Oliveira Calçados (@oliveiralovers – como foi batizada no Instagram) estão por todos os lugares. Em Minas, mas também em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. “Toda vez que minhas clientes fotografam, creditam e divulgam a compra dos meus sapatos, elas mesmas me ajudam a fazer o nosso nome girar”, lembra, ao informar que contabiliza mais de 1,6 mil clientes seguidoras. São cerca de 80 pessoas curtindo e comentando o seu conteúdo todos os dias.

De olho no alcance e na gratuidade do aplicativo, Helena desenvolveu uma nova estratégia para se aproximar mais de seu público alvo. “Como os sapatos não podem ir até as clientes, o ideal é priorizar a divulgação de fotos com detalhes, com filtros que tenham cores mais atrativas e que consigam transmitir a qualidade do que produzimos. Estimulamos o interesse de quem quer comprar”, comenta. A jovem empresária comenta ainda que o perfil de quem acessa o aplicativo é extremamente interessante, mas que as vantagens não se estendem a todo tipo de negócio. “Esses são usuários que procuram coisas bonitas, novidades, produtos diferentes. São pessoas que consomem e geram informações o tempo todo”, pondera. “O empresário que tiver interesse em apostar nesse tipo de divulgação deve estar sempre disposto a fazer lançamentos. Quem não ousa, não inova, certamente não terá sucesso com o aplicativo”, completa.
A advogada Gislaine Salmazi aprovou a aquisição por meio do celular(foto: Gislaine Lamber Salmazi/Divulgação)
A advogada Gislaine Salmazi aprovou a aquisição por meio do celular (foto: Gislaine Lamber Salmazi/Divulgação)

O Instagram foi também a aposta da loja de roupas e acessórios Iorane, que já possui três lojas físicas em Belo Horizonte, mas que mesmo assim não abriu mão de alcançar seu público utilizando pelas mídias móveis. Depois de alguns meses usando o aplicativo, a loja possui hoje mais de 2,7 mil seguidoras, que também se tornaram clientes em potencial. “Uma coisa não exclui a outra. Mesmo tendo a loja, o aplicativo ajuda na divulgação dos nossos produtos e conceitos”, garante a diretora comercial, Júlia Perez. Segundo ela, ainda não é possível mensurar o fluxo de vendas via Instagram, uma vez que o aplicativo é novo, mas é possível sentir o retorno com algumas vendas que começam a ser feitas por lá. “Nossas clientes nos procuraram pelo próprio Instagram, querem mais informações do produto, ligam para a gente e vão até a loja. Agora temos, inclusive, vendas fora de Belo Horizonte e acredito que as redes sociais nos ajudam muito nisso”, frisa.

As clientes já avaliam positivamente as primeiras empresas que apostam nesse tipo de vitrine. A advogada Gislaine Salmazi, que mora em São Paulo, mesmo sendo cautelosa na hora de comprar pela internet, não resistiu e arrematou vários pares de sapato fabricados pela Oliveira Calçados. “Uma amiga me indicou os sapatos feitos pela Helena e depois disso eu divulguei e outras pessoas quiseram comprar também”, lembra. Apesar de considerar atrativa e prática a exposição dos produtos e ter tido boas experiências, ela alerta: “É bom pesquisar na internet e procurar conversar com quem está vendendo antes de comprar um produto ou serviço. Afinal, essa uma ferramenta nova e nunca se sabe onde estão as armadilhas.”

É clicar e oferecer De acordo com o diretor de marketing da JN2 E-commerce Solutions, Leonardo Neves, o Instagram é uma plataforma nova e de fácil manuseio, que tem potencial para crescer e ganhar espaço enquanto ferramenta de comercialização. “Para divulgar e vender algo basta clicar, ajustar o tamanho da foto, expandi-la ou não, colocar um filtro e lançá-la na rede”, explica. Neves garante que a partir do primeiro contato, novas formas de uso vão surgindo. “Uma imagem divulgada na internet pode chegar a milhões de pessoas e isso é incentivado pelo Instagram”, revela. Ele observa que, ao perceber esta possibilidade oferecida gratuitamente pelo aplicativo, o empreendedor passa querer gerar receita por meio da venda de produto, da divulgação do estabelecimento e da criação de campanhas temáticas que associem a marca a algum valor.

Neves lembra também que as oportunidades existem para todos e qualquer boa ideia é bem-vinda na rede e adotada pelos usuários. Ele considera que hoje que o aplicativo abre espaço principalmente para a divulgação de fotos de alimentos, restaurantes, passeios turísticos, produtos de beleza, calçados, vestuários e outros produtos que têm público-alvo com idade entre 16 e 35 anos, das classes A e B. “Grandes marcas e redes já estão se articulando via Instagram. Um restaurante dos EUA, por exemplo, doou US$ 1 para uma organização humanitária da África a cada foto publicada e legendada com o nome do restaurante”.

Sem renda própria

O contraditório é saber que enquanto o Instagram, com 50 milhões de usuários, gera renda para estabelecimentos e empresários, ele ainda trava uma batalha tentar gerar receita própria. Até hoje, o aplicativo, que agora é de propriedade do Facebook, ainda não gera nem US$ 1 de lucro para seus atuais donos, que o compraram por US$ 1 bilhão –, dando ao aplicativo um valor de mercado maior do que o do jornal The New York Times. “O Instagram tem hoje 5% do número de usuários do Facebook. Tem muito espaço para crescer”, avalia o analista Leonardo Neves.


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