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Estado de Minas

Prejuízo da Gol fica nas alturas

Perdas da companhia aérea chegam a R$ 41,4 milhões no primeiro trimestre. Empresa faz ajuste para voltar a crescer


postado em 05/05/2012 06:00 / atualizado em 05/05/2012 07:10

Encolher para crescer. Essa deve ser a estratégia das grandes companhias aéreas para voltar a ganhar mercado nos próximos meses, segundo avaliação de especialistas. A Gol Linhas Aéreas terminou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 41,4 milhões, depois de ter tido lucro líquido de R$ 69,4 milhões no mesmo período do ano passado. A empresa foi afetada por cenário de pressão nos custos operacionais, como o preço do combustível em alta, queda do real frente ao dólar e despesas com tarifas aeroportuárias nos principais aeroportos do Brasil.

A empresa informou que vem estudando alternativas para buscar a sustentabilidade de suas operações, conforme já anunciado em sua divulgação de resultados financeiros do segundo trimestre de 2011. Entre as medidas tomadas, a companhia já recebeu homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para cortar um de cada quatro comissários de suas aeronaves Boeing 737-700, que correspondem a cerca de 30% de sua frota, considerando a soma das aeronaves da Gol e Webjet combinadas. No entanto, a companhia ressalta que para colocar a estratégia em vigor é necessário treinar sua tripulação nos procedimentos do novo formato.

Em abril a empresa fez a reestruturação no seu quadro de funcionários. A companhia aérea informou a demissão de 131 trabalhadores. Vinte e oito tripulantes aderiram ao programa de demissão voluntária e 46 pediram licença não remunerada. Com isso, os desligamentos chegam a 205 trabalhadores. ”A Gol é uma companhia aérea mais focada no mercado interno, onde temos visto disputa grande por parssageiros, com guerra de tarifas. Por outro lado tivemos alta do petróleo, do querosene de aviação e de lubrificantes, que foram em proporções diferentes à dos combustíveis como álcool e gasolina”, avalia Pedro Galdi, analista de investimento na área de aviação da SLW Corretora. As empresas aéreas de menor porte, diz, estão ganhando mercado e as grandes vão ter que encolher para voltar a crescer.

“A Gol, por exemplo, fez corte de pessoal, revisão de rotas e devolução de avião. O setor de transporte aéreo tende a crescer no Brasil, mas vai enfrentar dificuldades neste ano”, afirma Galdi. No mês passado a Gol já havia informado que não deixará de atender a nenhum dos 63 destinos nacionais e 13 internacionais que compõem sua malha. O que está em curso é uma redução de frequências. Essa diminuição, adequada à nova realidade da companhia, manterá a oferta de assentos prevista para 2012.

Em março, companhias aéreas como Azul, Avianca e Trip ganharam mercado, na comparação com 2011. Na Azul, a participação passou de 7,57% para 9,85%. Na Trip, a fatia passou de 2,61% para 4,33% e na Avianca, de 2,43% para 5,54%. Já as companhias maiores perderam espaço no período. Na Gol houve queda: de 38,79% para 34,44%. Na TAM, a participação passou de 41,99% para 38,25%.

Blog anônimo expõe problemas da TAM

“Amigos, vamos ao números. Na quinta-feira passada foram mais de 20 mil acessos ao blog. Neste exato momento somos o blog Word Press número 27, no mundo todo. Em Slíngua portuguesa, o primeiro disparado. Números impressionantes. Nunca pensamos em chegar a este ponto.” A comemoração não vem de um site de celebridades ou de amenidades no mundo virtual, mas da página virtual de cinco pilotos e comissários da TAM, que administram o blog aviadoranonimo.wordpress.com. No blog, criado recentemente, eles protestam por melhores condições de trabalho e segurança de voo de pilotos e comissários da companhia aérea. Os manifestantes dizem que mais de 10 mil funcionários que trabalham na área de segurança de voo estão insatisfeitos com a empresa.

Em carta ao presidente da TAM, Marco Bologna, eles reclamam do estresse em que estão envolvidos nos últimos tempos. “Não é prudente que uma empresa aérea mantenha justamente as pessoas mais envolvidas em segurança sob estresse. Não é a primeira vez em que isso acontece, e o resultado é previsível, e, verdade seja dita, seria reincidência. A gota d’água tem sido a humilhação e descaso que experimentamos cada vez que somos atendidos como tripulante extra particular.”, destaca uma das citações do autor da carta. “Os agentes de aeroportos, em sua grande maioria, cumprem a orientação de sua diretora. São mal educados, rudes e nos tratam como se estivessem servindo sopa a mendigos em uma casa de caridade. Ninguém está a passeio, estamos indo e vindo do trabalho, o que nos é garantido pela regulamentação do aeronauta”, reforça.

E o estresse, avaliam, vem sendo desencadeado por outros episódios: a falta de higiene, de qualidade e de segurança nos hotéis, que não tem permitido o descanso adequado; a escala de vôo, que vem colocando sobreavisos de uma hora, bem como reservas do mesmo tempo, jornadas mal planejadas, com tempo de de solo de até quatro horas e meia, além da redução do salário, “com a retirada de um dia em nosso repouso remunerado e diárias de voos internacionais que não são reajustada há anos, o que faz com que tenham que comer em lugares insalubres”.

Em nota, a TAM responde que o suposto movimento consta de um blog anônimo, aparentemente colocado no ar por alguns tripulantes, que contém acusações contra a empresa. A companhia informou que normalmente não responde a manifestações sem identificação, mas enviou uma carta ao blog, convidando ao diálogo pelos canais oficiais. A TAM alega que as acusações feitas pelo blog não procedem. Segundo a empresa, a média de horas de voo por tripulante, na TAM, é inferior a 70 horas por mês, para limite mensal regulamentar de 85 horas. Além disso, a remuneração dos tripulantes da empresa está em linha com o praticado nos mercados brasileiro e internacional. (GC)


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