(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Crise leva a corte de mil empregos na siderurgia

Segundo sindicatos, ArcellorMittal Brasil teria demitido 800 trabalhadores e Usiminas dispensado 200 funcionários


postado em 05/05/2012 06:00 / atualizado em 05/05/2012 07:10

Os efeitos da crise econômica na Europa e nos Estados Unidos sobre os mercados mundial e brasileiro de produtos siderúrgicos e o avanço das importações no Brasil já teriam levado a um corte de 1 mil empregos no país só este ano, como parte de ajustes que as empresas estão realizando. Desse total, 800 demissões foram efetuadas nas unidades da ArcelorMittal Brasil, braço do maior grupo siderúrgico do mundo, conforme levantamento divulgado ontem pelos sindicatos de trabalhadores da companhia. Outra gigante do setor, a Usiminas teria desligado 200 trabalhadores em Ipatinga, no Vale do Aço, segundo estimativa do sindicato local dos metalúrgicos.

Os números não foram confirmados pelas duas empresas. Em nota, a ArcelorMittal Brasil informou estar se adequando à demanda do mercado. “A ArcelorMittal Brasil informa que assim como ocorreram desligamentos, também foram realizadas contratações, dentro de um turn over natural, adequando o quadro à evolução do mercado.” Na Usiminas, o corte resultou de um processo de transferência de trabalhadores da área de manutenção da usina de Ipatinga que era realizada até o mês passado pela Usiminas Mecânica.

Ao transferir 1.450 empregados para o quadro da Usiminas, a empresa decidiu cortar 200 vagas, conforme estimativa do sindicato dos trabalhadores. Em nota, a siderúrgica diz que a transferência atendeu a uma mudança de gestão, tendo em vista que a manutenção é atividade estratégica para a empresa. “Com isso, liberou-se tal função da Usiminas Mecânica, que não faz parte de seu core business (especialidades).”

As dispensas na ArcelorMittal reuniram num encontro ontem em João Monlevade, na Região Central do estado, representantes de sindicatos de trabalhadores da companhia em todo o Brasil. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da região, Luiz Carlos da Silva, o levantamento das demissões denunciadas foi feito com base nas homologações de rescisões de contratos de trabalho desde janeiro nas unidades mineiras, de São Paulo e do Espírito Santo. “Não encontramos justificativa para um corte tão grande, já que embora as empresas reclamem da crise na Europa e nos Estados Unidos o plano de produção é de crescimento”, afirma.

Luiz Carlos Silva observa que a usina de Monlevade, deverá produzir 1,250 milhão de toneladas de aço este ano, frente a 1,170 milhão de toneladas em 2011. O sindicalista diz, ainda, que a instituição teve acesso a informações dando conta de um corte programado de 20% do quadro de pessoal próprio e de terceiros prestadores de serviços ao longo de 2012. O sindicato homologou 64 rescisões de contratos de trabalho no ano passado e mais 40 neste ano e as demissões continuam. A ArcelorMittal mantém suspenso o projeto de duplicação da usina da cidade, orçado em US$ 1,2 bilhão, que foi cancelado em decorrência da crise internacional.

Os sindicatos se organizam para tentar discutir as demissões com a direção da ArcelorMittal. Em Ipatinga, a Usiminas se comprometeu a auxiliar os trabalhadores demitidos, de acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Carlos de Miranda. “Circulam informações sobre outras demissões na companhia, mas não há nada de concreto ou oficial. O que houve a empresa informou, sobre a transferência do pessoal da manutenção e que não reaproveitaria 200 trabalhadores”, disse Miranda.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)