A Justiça mineira deferiu, na noite de segunda-feira, o pedido de recuperação judicial da Constutora Lider, que ontem mesmo começou a trabalhar numa proposta para pagamento de uma dívida de R$ 67,5 milhões a bancos e fornecedores. O juiz Sálvio Chaves, titular da 2ª Vara Empresarial do Fórum Lafayette, de Belo Horizonte, determinou a suspensão de todas as ações ou execuções contra a empresa e estabeleceu prazo de 60 dias para apresentação de um plano de quitação dos débitos com os credores. O presidente da Lider, Carlos Carneiro Costa, disse ao Estado de Minas que, com o recurso judicial, a construtora ganha fôlego para promover uma grande reestruturação interna.
“Meu tempo será mais dedicado ao nosso negócio, e não à discussão da situação financeira da empresa. O objetivo é a recuperação da Lider”, afirmou o engenheiro, que, aos 75 anos, mantém a rotina diária de trabalho das 8h às 20h e inclui parte do fim de semana como jornada adicional. A reestruturação contempla, além de um plano de renegociação do pagamento da dívida a prazos mais dilatados, a reorganização do trabalho e a modernização dos processos de gerenciamento, de acordo com Carneiro Costa.
Da dívida informada à Justiça, cerca de dois terços representam débitos contraídos em instituições financeiras e outro terço são compromissos com fornecedores, segundo o advogado responsável pelo pedido de recuperação judicial da Lider, José Murilo Procópio de Carvalho. A construtora está trabalhando em 10 empreendimentos residenciais e comerciais em Belo Horizonte. As obras continuam e estão dentro do cronograma de entrega.
O processamento da recuperação judicial não afeta as condições plenas da Lider de outorgar todas as escrituras de imóveis referentes a vendas que tenham sido feitas, enfatizou Procópio de Carvalho. O presidente da construtora destaca que ela trabalha no sistema de sociedade de propósito único ou específico, em que os recursos destinados a cada empreendimento permanecem no devido projeto. “Atrair um novo sócio é uma das possibilidades com as quais estamos trabalhando”, afirmou Carlos Carneiro Costa.