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Estado de Minas

Vale pode deixar setor de petróleo


postado em 03/03/2012 06:00 / atualizado em 03/03/2012 07:08

Rio de Janeiro – Até o início do segundo semestre, a Vale deve decidir se deixará total ou parcialmente o segmento de petróleo, no qual ingressou para tentar garantir suprimento de gás a um custo mais baixo. Os investimentos da Vale na aquisição e exploração de blocos de petróleo e gás somaram em torno de US$ 400 milhões nos últimos cinco anos, segundo revelou o diretor de Finanças da mineradora, Tito Martins. A decisão da Vale está mexendo com o setor de petróleo, que há quase quatro anos não tem novas ofertas de blocos nos leilões da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP).

A mineradora, que entrou no setor em 2007, tem participações minoritárias em 23 blocos de quatro bacias petrolíferas. Segundo o site da Vale, nas áreas em que participa, foram declaradas cinco descobertas, nas bacias de Santos e do Espírito Santo. “Nesse exato momento estamos repensando: vamos continuar ou não (nessas concessões)?”, afirmou Martins.

Em fevereiro, em teleconferência para comentar os resultados da Vale, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, descartou a entrada em novos leilões na área de óleo e gás no Brasil e no exterior, mas deixou em aberto o destino dos ativos no setor. “A opção por continuar demanda um dispêndio muito maior, pela necessidade de gerar escala.

A grande discussão é saber se temos capacidade de fazer isso ou não”, diz Martins. As participações da Vale variam entre 10% e 30% em consórcios com parceiros como Petrobrás, Shell, Ecopetrol, BP Energy, Repsol Sinopec e Woodside. Além de Santos e Espírito Santos, fazem parte do portfólio também blocos nas bacias do Parnaíba e Pará-Maranhão. “Estamos discutindo o que fazer: acompanhar os sócios; talvez ficar em umas e sair de outras. No início do segundo semestre fechamos a discussão”, complementou Martins.

Para o economista Edmar de Almeida, da UFRJ, especialista no setor de energia, petróleo e gás, há muitas empresas interessadas nesses blocos da Vale. “O Brasil há muito tempo não faz leilão”, argumenta. Segundo Almeida, o único problema é o motivo do desinvestimento. “O contexto é favorável. Mas me parece que um dos motivos para a venda é o fato de a Vale não ter tido muito sucesso nas áreas que explora”, comenta.

Já o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) especializado em petróleo, avalia que não há como calcular o valor atual dos ativos da Vale em petróleo sem uma avaliação detalhada sobre reservas prováveis, análise dos blocos onde ainda não foram feitas descobertas e uma série de outros fatores.


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