(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas TURISMO DO FUTEBOL

Capacidade dos hotéis vai dobrar em Belo Horizonte

Número de leitos que serão abertos para atender os turistas da Copa do Mundo na capital vai somar mais de 21 mil


postado em 29/02/2012 06:00 / atualizado em 29/02/2012 00:04

Jânio Valeriano, do Maio Paranasa: estudo mercadológico norteou apostas(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Jânio Valeriano, do Maio Paranasa: estudo mercadológico norteou apostas (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
A Prefeitura de Belo Horizonte avalia hoje 69 novos projetos de hotéis para serem construídos até a Copa de 2014, no total de 21,65 mil leitos e investimento de R$ 2,75 bilhões. Desses, a metade já está com obra licenciada ou em construção. O número de leitos projetados até o Mundial de futebol é mais do que o dobro dos disponíveis atualmente.

Os números causam polêmica. De um lado, os dados do IBGE apontam a escassez de quartos na capital e estimulam investidores a apostarem as fichas em novos empreendimentos hoteleiros. Do outro, os empresários do setor alegam que não há espaço para tantos hotéis na capital e há o risco de os quartos ficarem ociosos. "O ritmo normal de crescimento da hotelaria é o mesmo da economia do país. Não há espaço para abrigar o dobro de leitos na capital e a Copa do Mundo não justifica esses investimentos", afirma Silvania Capanema, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (ABIH-MG).

Ao mesmo tempo que crescem os investimentos hoteleiros, a mão de obra fica escassa. O cálculo da ABIH é de que o segmento hoteleiro já enfrente hoje déficit de cerca de 1 mil trabalhadores. A falta maior é na cozinha, bar, entre camareiras e no serviço de manutenção. "Com o aquecimento da construção civil, está difícil arranjar mão de obra. Em muitas ocasiões somos nós mesmos que estamos fazendo os reparos", observa Silvania.

A Prefeitura de Belo Horizonte aguarda novo programa de qualificação profissional para resolver o problema da escassez de mão de obra. O Bem Receber Copa, promovido em parceria com o Ministério do Turismo e usado para treinar profissionais da hotelaria, foi suspenso. "Vamos ver se a demanda de interessados vai ser suficiente ou se teremos que buscar novos recursos e capacitações", afirma Flávia Rodrigues Rohlfs, coordenadora-executiva do Comitê Municipal da Copa. "Estamos fazendo um mapeamento da cidade para saber a real necessidade de capacitação para esse mercado que está surgindo."

Ela acredita que a cidade tem potencial de crescimento que viabiliza o interesse das redes hoteleiras a investir no setor. "Há poucos hotéis de qualidade internacional na capital. Acreditamos que vamos suprir essa falta com os empreendimentos em andamento. Belo Horizonte tem hoje condições para receber grandes eventos", observa Flávia.

INCENTIVO
Um dos principais incentivos da prefeitura para os empreendedores hoteleiros foi o aumento do coeficiente de aproveitamento (CA) dos terrenos, que passou a ser 5. Isso significa que em um terreno de 1 mil metros quadrados será possível construir até 5 mil metros quadrados.

Entre os investidores, o otimismo é geral. O grupo Maio Paranasa está com cinco hotéis em operação na grande Belo Horizonte e seis obras para serem concluídas até a Copa de 2014. São quase R$ 500 milhões em novos investimentos no segmento hoteleiro, nas bandeiras Ibis, Fórmula 1, Novotel e Pullman. No total, os empreendimentos somam cerca de 1,4 mil apartamentos. "Vamos atuar em todos os segmentos, de acordo com a lógica do mercado. Os nossos hotéis foram planejados dentro de estudo mercadológico. Não dá para fazer hotel só porque há incentivos", afirma Jânio Valeriano, diretor de Empreendimentos do grupo.

O Bristol Horizonte Hotel, no Buritis, acaba de ser lançado e já comercializou cerca de 10% dos apartamentos. São 195 unidades com preços a partir de R$ 226 mil. "É um número considerado bom, se for levado em conta que grande parte dos investidores estava viajando nas férias de janeiro", afirma Luiz Antônio Rodrigues, diretor-presidente da Lar Imóveis, responsável pelo lançamento. Ele não acredita que haverá superoferta de hotéis até a Copa. "Ao contrário, acho até que pode faltar. A prefeitura está com muitas exigências nos projetos", diz.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)