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Estado de Minas

Grupo mineiro investe R$ 143 milhões na exploração de óleo e gás

Verba será aplicada para dar suporte a grandes empresas que atuam na prospecção de jazidas no Norte do país. Próximo passo é fechar contratos no exterior


postado em 15/02/2012 06:00 / atualizado em 15/02/2012 07:27

Dos campos de pesquisa de óleo e gás na Amazônia para o Acre e o Pará, o grupo mineiro Georadar amplia a sua presença no setor, com investimentos de R$ 143 milhões previstos para aplicação até o ano que vem na execução de novos projetos licitados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os contratos reforçam os planos da empresa de atuar também no exterior. Maior prestadora de serviços de levantamentos de sísmica em terra (onshore) do Brasil, a Georadar está na fase final de negociações para pisar no Paraguai e estuda oportunidades no Oriente Médio, informou o diretor Administrativo e Financeiro, Luiz Nagata.

 Os trabalhos no Acre começam ainda neste semestre, com uma equipe de 500 pessoas na região do município de Cruzeiro do Sul. No Pará, as pesquisas sísmicas terão início no segundo semestre em torno de Santarém, onde será mobilizado um contingente idêntico de pessoal nas operações. Fruto de duas licitações da ANP, os projetos têm conclusão prevista neste ano e em 2013, respectivamente. Para bancar os recursos necessários à execução dos contratos, a Georadar recorreu à linha especial de empréstimo criada no ano passado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para atender fornecedores da cadeia de petróleo e gás.

O crédito de R$ 143 milhões é o maior já tomado dentro do Programa P&G do BNDES, orçado em R$ 4 bilhões para desembolso nos próximos quatro anos. “Grande parte das empresas precisa do financiamento para conseguir acompanhar as demandas da Petrobras e de outras indústrias do petróleo. Atuamos num setor dominado por multinacionais que têm acesso ao crédito lá fora”, afirma Luiz Nagata. O financiamento, que contou com a intermediação do Banco do Brasil, teve rápida aprovação e o primeiro desembolso está previsto para esta semana.

Em apenas dois projetos, no Acre e no Pará, a Georadar deve contratar 1 mil trabalhadores (foto: Georadar/Divulgação)
Em apenas dois projetos, no Acre e no Pará, a Georadar deve contratar 1 mil trabalhadores (foto: Georadar/Divulgação)
Atuando desde 2007 na Amazônia como fornecedora da Petrobras, a Georadar conduz o Projeto Espec em duas bases de operação que estão no pico do trabalho, envolvendo 1,8 mil trabalhadores. O contrato, firmado com o consórcio constituído pela Petrobras e a portuguresa Petrogal, termina no primeiro trimestre de 2013. O empréstimo dirigido que o BNDES lançou em agosto do ano passado dá fôlego às empresas num momento de forte demanda, além de quebrar o paradigma da falta de uma política de financiamento para as empresas prestadoras de serviços, como a Georadar, e o comércio, observa Luiz Nagata.

“Nossa carteira de projetos para este ano é bastante representativa, alcançando até agora R$ 600 milhões”, disse o diretor financeiro da Georadar. O grupo mineiro tem contratos firmados com grandes empresas, a exemplo da Vale e da OGX, do bilionário Eike Batista, no Maranhão. Outros fornecedores e prestadores de serviços à cadeia de óleo e gás procuraram o Banco do Brasil em Minas interessados na operação do empréstimo, informou Cláudio Borsa, superintendente empresarial da instituição para as regiões Centro e Norte. O BB opera em duas das quatro linhas do programa do BNDES e espera concluir negociações para novas liberações de recursos até junho.

Apoio vem do BNDES

A linha de empréstimo do BNDES oferece taxas de juros entre 4,5% ao ano para inovação nas empresas a 11,04% anuais em caso de financiamento para capital de giro nas operações diretas, quando toda a negociação é feita com a instituição, sem participação de outro agente financeiro. O programa permite que o banco apoie necessidades das empresas de aquisição de tecnologia, qualificação e capacitação de mão de obra e prestação de serviços de engenharia e certificação relacionados ao setor.

O chefe do Departamento da cadeia produtiva do petróleo e gás do BNDES, Ricardo Cunha da Costa, informou que do lançamento do programa até semana passada foram pedidos créditos no valor total de R$ 1,5 bilhão em cartas-consultas relativas a 19 projetos com investimentos previstos de R$ 2,6 bilhões. A cifra global de pedidos representa quase 38% do orçamento do P&G. “Trata-se de um valor alto para um período de cinco meses. É bem provável que consigamos bater a meta do programa”, afirmou.

As previsões de desembolso da linha de empréstimo são de R$ 750 milhões para este ano e R$ 850 milhões para 2013. Os técnicos do BNDES estão empenhados, de acordo com Ricardo Costa, em estudos internos com o objetivo de simplificar os processos para aprovação das operações e determinar a liberação dos recursos em prazos mais curtos. Há orientação para que sejam flexibilizadas as condições de acesso ao crédito das micro, pequenas e médias empresas do setor. Os empreendimentos de menor porte somam cerca de 85% da cadeia de fornecedores do setor de petróleo e gás no país.

Divinópolis da moda

A cadeia de confecções de Divinópolis, na Região Centro-Oeste do estado, cresceu e agora quer aparecer. O setor, que responde por 25% dos empregos da região e produz 25 milhões de peças por ano, se movimenta nos preparativos da Fashion Mix. A feira com foco em negócios, prevista para o período de 6 a 10 de março, tem objetivo principal de atrair novos compradores e consolidar a cidade, que tem 1,8 mil empresas no setor, como polo de moda. Com o propósito firme de aumentar em 6% a receita este ano, o projeto finca as bases de divulgação em rede social criada na internet, que já dá os primeiros resultados.

“Amadurecemos esse setor, com oficinas, workshops e formação de mão de obra qualificada e agora é hora de abrir as portas, em evento que é vitrine para todo esse trabalho”, diz Antônio de Araújo Rodrigues Filho, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), no lançamento do evento nessa terça-feira, na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Segundo ele, o número de compradores que visitaram a cidade caiu 4% em 2011, na comparação com 2010. Já a receita, impulsionada pela alta do algodão no mercado, foi 11% maior.

O projeto em si é fruto amadurecido do Fashion Show, desfile semestral realizado desde 2010 na cidade, que durava apenas um dia. O novo modelo, que demandou investimentos de R$ 450 mil para gerar R$ 1,5 milhão em negócios e atrair 10 mil pessoas, comporta ainda oficinas e palestras. “Teremos 30 expositores, mas haverá vans para levar os compradores para outros seis shoppings da cidade, o que beneficiará toda a cadeia”, diz Rodrigues.

Diferentemente de outros eventos de negócios em moda que funcionam a partir de pedidos, a Fashion Mix é voltada para a pronta entrega. “Preparamos, para a feira, 2 mil peças, que equivalem à expectativa de vendas de R$ 300 mil”, conta Márcia Simoni, diretora da Chianelli, fábrica de moda festa que emprega 20 funcionários em Divinópolis e trabalha com 30 fornecedores de BH. Mesmo com todo o planejamento, ela aposta no potencial do evento para futuras encomendas.

Os poucos recursos de divulgação levaram à criativa solução da rede social também batizada de Fashion Mix, que já tem 1 mil participantes, com 80 dias no ar. Em vez de aderir a outra plataforma pré-concebida, como o Facebook, a Fashion Mix foi criada em ambiente específico, para facilitar o monitoramento estatístico da discussão. Sabe-se, por exemplo, que 30% dos participantes já são clientes em potencial e blogueiros de moda, os principais públicos do projeto de tornar o polo de Divinópolis ainda mais conhecido.

“O perfil do polo tem mudado muito. Antes era focado em roupa barata. Hoje, as criações são autorais e ganham relevância de design”, opina Daiana Carvalho, de 23 anos, diretora da Ametista, fábrica de acessórios. A marca, tocada em parceria com a mãe de Daiana, Joana D’Arc, deu um salto quando a jovem se formou em design de moda, também em Divinópolis. “A grande maioria dos estilistas se forma e encontra trabalho fácil na cidade”, conta. No último ano, a fábrica começou a produzir também vestuário, o que incrementou o faturamento em 50%. “Queremos mais 50% este ano”, projeta Joana.

 

 


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