(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Reajuste para aposentados sequer cobre as perdas

Previdência anuncia aumento de 6,8% para beneficiários que ganham acima do salário mínimo. Impacto será de R$ 22,4 bi


postado em 07/01/2012 06:00 / atualizado em 07/01/2012 07:07

Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham acima do salário mínimo vão ficar sem aumento real em seus benefícios em 2012. O Ministério da Previdência Social informou nessa sexta-feira que o reajuste da categoria vai ser de 6,08%. A portaria com os valores deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima semana. Cerca de 9 milhões de aposentados ganham mais do que um salário mínimo. O valor de 6,08% refere-se à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O impacto do reajuste nas contas da Previdência será de R$ 22,4 bilhões ao longo de 2012. O valor do aumento ficou bem abaixo do reivindicado pelos representantes dos aposentados, que exigiam, além da variação do INPC acumulado do ano passado, 80% do reajuste sofrido pelo salário mínimo. Assim, o aumento chegaria a 12%.

Alvimar Gomes da Fonseca, que se aposentou com 10 salários mínimos há 30 anos, hoje recebe em torno de três(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 10/1/11)
Alvimar Gomes da Fonseca, que se aposentou com 10 salários mínimos há 30 anos, hoje recebe em torno de três (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 10/1/11)
“O reajuste é muito pequeno e vem corroendo o salário. Quando eu me aposentei, há 30 anos, ganhava o equivalente a 10 salários mínimos. Hoje ganho em torno de três e meio”, afirma o aposentado Alvimar Gomes da Fonseca, de 70 anos. A sorte, segundo ele, é contar com a previdência privada para complementar a renda e ainda trabalhar em um escritório de representação de brinquedos e produtos de lazer. Fonseca mora com a mulher e três filhas. Nas compras do dia a dia, ele destaca a alta nos preços dos produtos nos supermercados. “Sou eu quem faz as compras de alimentos da minha casa casa. A lata de óleo que custava R$ 1,50 hoje está mais de R$ 3”, diz. No ano passado, meu Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) subiu mais de 140%”, afirma. O aposentado José Duarte Arruda, de 61, também recebeu com desapontamento a notícia do reajuste. “Temos uma inflação mascarada, como os preços de escola, transporte e vestuário, que subiram bem acima de 6%. Esse aumento não faz justiça à categoria. O Brasil tem condições de nos remunerar melhor”, diz. O resultado do achatamento do salário é que muitos aposentados têm que voltar ao mercado de trabalho para complementar a renda. “Eu mesmo dou aula em curso profissionalizante e não parei de trabalhar desde que aposentei”, diz Arruda. Piso

 

O Ministério da Previdência informou que pelo menos 311 mil segurados – que ganham entre R$ 545 e R$ 580 – terão reajuste superior a 6,08% e ganho real garantido até 2015, passando a receber o piso previdenciário. Com o reajuste do piso, as faixas de salário de contribuição dos trabalhadores para o INSS também subiram. As alíquotas são de 8% para aqueles que ganham até R$ 1.174,86; de 9% para quem ganha entre R$ 1.174,87 e R$ 1.958,10; e de 11% para os que ganham entre R$ 1.958,11 e R$ 3.916,20. Vale lembrar que os recolhimentos a serem efetuados em janeiro, referentes aos salários de dezembro, seguem a tabela anterior. Estudo da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) mostra que a política do governo de conceder reajustes reais somente para os aposentados que ganham um salário mínimo, sem aumento acima da inflação para os que ganham mais do que disso, faz com que aposentadorias se aproximem, com o passar do tempo, do piso (um salário mínimo). (Com agências)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)