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Estado de Minas

Viagem de férias por estradas de Minas exige revisão no bolso


postado em 02/01/2012 07:18 / atualizado em 02/01/2012 07:26

Janeiro é sinônimo de estradas lotadas com o período de férias. E o movimento maior é certeza de alto faturamento para restaurantes e lanchonetes às margens das rodovias que cortam Minas Gerais. Alguns estabelecimentos, por exemplo, lucram 60% mais nesta época. Mas uma dica para quem for viajar de carro ou ônibus: a alegria dos empresários não vem só do grande movimento de consumidores. Os preços de vários produtos, quando comparados com os cobrados em Belo Horizonte, arrepiam o bolso de motoristas e passageiros.

Aproveitando a vontade dos viajantes de chegar o quanto antes ao destino, as lanchonetes de beira de estrada cobram valores que chegam a quase quatro vezes o de um produto na cidade. E não é apenas o lanche que pesa nos gastos de quem viaja pelas estradas nas férias. O custo do combustível varia ao longo das rodovias que, em alguns trechos, ainda exigem desembolso nos pedágios. Na BR-381 eles estão 7,7% mais caros desde dezembro.

(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)

O Estado de Minas percorreu o trecho da BR-040 entre a capital e Barbacena, e o da BR-381 que liga BH a João Monlevade, ambos na Região Central, e levantou quanto custa um lanche nas principais paradas rodoviárias desses trechos. Ambas as rodovias “levam”, todo início de ano, uma multidão para as calorosas praias brasileiras. Enquanto a 040 é caminho para o Rio de Janeiro, a 381 é trajeto para quem deseja curtir o sol do Espírito Santo – nesse caso o turista precisa deixar a estrada e seguir pela 262 – ou do Nordeste – cujo caminho é completado pela 116.

Caso uma família de quatro pessoas pare, por exemplo, numa unidade da rede Graal, na BR-381, em Oliveira, e peça quatro refrigerantes, dois pães de queijo e duas coxinhas, a conta é de R$ 25. O mesmo lanche no Rei do Kibe, no Centro de Belo Horizonte, custa R$ 14,80, diferença de 68,9%. Mas a variação pode ser ainda maior: o preço de um pão de queijo nas lanchonetes que margeiam as rodovias pode ser até 285% maior do que na capital. E no caso de um misto quente o valor ultrapassa até o cobrado no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, famoso por ter os preços mais salgados. Enquanto no terminal o sanduíche custa R$ 5,90, no Graal chega a R$ 6,00.

Outro produto recorrentemente nos lanches dos viajantes, o suco de laranja pode variar até 50% em relação à lanchonete do Centro da capital. O copo do suco natural custa R$ 2 em BH e R$ 3 na Roselanches, às margens da BR-040, em Barbacena. Por isso, é preciso saber escolher a lanchonete para não se pagar quantias exorbitantes. Nos restaurantes e lanchonetes das estradas mineiras é possível encontrar um prato feito, por exemplo, por R$ 4,99 e uma refeição a quilo por R$ 40.

“Há produtos caros e baratos, como há alimentos de qualidade boa e ruim. O consumidor é quem escolhe o que é melhor: nem sempre vale a pena pagar mais barato”, alerta o empresário João Sérgio Gonçalves, de 50 anos. Morador de Cajati, no interior de São Paulo, ele viajou para Minas, no fim de 2011, para curtir o Natal em casa de parentes. Às vésperas do réveillon, reuniu a família para voltar, de carro, para casa. Quem dirigiu o veículo foi o filho, Marcelo Lima Gonçalves, de 29. “Há cafezinho sendo vendido a R$ 2 em alguns lugares (de Minas). Salgado, a quase R$ 5”, lamentou.

Movimento maior e poucas opções


Mas, mesmo com preços nas alturas, os viajantes não têm muita opção e, por isso, lotam as lanchonetes. Para atender o aumento da demanda nesta época do ano, muitos estabelecimentos abrem vagas temporárias. Na Roselanches, em Barbacena, 20 pessoas foram contratadas para reforçar o quadro de efetivo, de 100 pessoas. Pudera: Adilson Tonholo, sócio de lá, estima crescimento de 50% nas vendas. O local, inaugurado em dezembro de 1969, recebe cerca de 10 mil pessoas por dia nas férias. É tanta gente que nem sempre é fácil encontrar vaga no amplo estacionamento da Roselanches.

Pouco adiante, a Cabana da Mantiqueira também é endereço certo de muitos viajantes. O estabelecimento, que completou 50 anos em novembro, é o pioneiro na 040 quando se trata de restaurante e lanchonete de porte. Em janeiro, “de 12 mil a 13 mil” pessoas devem visitar o local, segundo estima o dono, Márcio Xavier. “Nosso movimento cresce 50% em dezembro e em janeiro”, comemora.

Na 381, o movimento também é intenso na tradicional Belleu’s Lanches, que funciona, desde 1979, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central, a 80 quilômetros de Belo Horizonte. “A quantidade de clientes cresce em torno de 60%”, descreve Rosimere Veiga, uma das gerentes. Em janeiro, as fornadas do pão de queijo quentinho, carro-chefe de lá, não param de sair. Depois de aproximadamente 20 quilômetros, o motorista também pode encontrar, em João Monlevade, boa alimentação numa unidade da rede Graal. “Nosso movimento cresce de 50% a 60% em janeiro”, revela um dos gerentes de lá, que prefere não ter a identidade revelada.

Enquanto isso…LUCRO NA INFORMALIDADE

A época também garante bons lucros para quem vende produtos nas humildes barracas montadas às margens das rodovias. Em Cristiano Otoni, na Região Central, vários adolescentes e adultos disputam os gostos de motoristas e passageiros que seguem pela BR-040. “Nas férias, minha venda diária cresce de 100% a 150%”, comemora o jovem Ghamarra Morais, de 15 anos. Ele oferece quatro biscoitos de polvilho a R$ 10. “A mercadoria é do meu patrão, que me paga R$ 30 por dia”, revela o rapaz.

Despesa obrigatória

O motorista que vai pegar a estrada no trecho entre Belo Horizonte e São Paulo, além dos custos nas paradas e os valores dispensados para o combustível, terá de arcar com o pedágio. Entre as duas capitais são oito praças, ao custo de R$ 1,40 cada, o que totaliza R$ 11,20 na ida. O valor foi reajustado em 7,7% na segunda quinzena de dezembro. Na volta, outros R$ 11,20 têm de ser desemboldados. Ônibus e caminhões terão que pagar R$ 2,80 por eixo e motos pagam R$ 0,70. No trecho entre Juiz de Fora e o Rio de Janeiro na BR-040, o total gasto com pedágio para um carro de passeio é de R$ 24, sendo R$ 8 para cada uma das três praças de pedágio. Já na MG-050, estrada que liga o Centro-Oeste mineiro ao interior de São Paulo, cada um dos seis postos de pedágio cobra R$ 2 para motos e de R$ 4 a R$ 24 para veículos de até seis eixos. O motorista que precisar passar pelas seis praças vai gastar R$ 24 para ir ao destino das férias e voltar a Belo Horizonte.


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