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Estado de Minas

Indústria mineira prevê impacto da crise


postado em 16/12/2011 06:00 / atualizado em 16/12/2011 06:35

Minas vai crescer menos que o Brasil em 2012, repetindo o cenário de 2011, segundo os industriais mineiros. Momentos antes da coletiva de imprensa que anunciaria o balanço da economia mineira e brasileira em 2011 e as perspectivas para 2012, a equipe da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) recolheu o material com os dados impressos há 10 dias e o substituiu por outro, revisto às pressas.

Os últimos dados do PIB trimestral do estado motivaram a revisão e confirmam que a situação é pior do que se imaginava. Embora os diretores da federação tentem sustentar otimismo no discurso, nas novas perspectivas, o Produto Interno Bruto mineiro (PIB) em 2012 sofrerá mais impacto da crise econômica da Zona do Euro que a média nacional.

Enquanto as projeções para o PIB do Brasil, no próximo ano, se mantêm em 3,4%, a soma das riquezas de Minas deve cair dos 4% anteriormente previstos para 2,8%. Neste ano, não deve passar de 2,6%, contra os 4,1% das projeções que seriam divulgadas. A variação da produção industrial este ano não deve passar do 0,1%, chegando, no próximo ano, a 1%.

“Se eu fosse economista, já tinha desistido, mas como sou industrial eu preciso acreditar que as coisas vão melhorar”, diz Olavo Machado, presidente da Fiemg. O economista da federação, Guilherme Velloso Leão, não facilita: “Até este momento, 2012 carrega incerteza muito grande em relação à crise europeia”.

Segundo ele, a soma das dívidas soberanas dos países europeus em situação mais preocupante mostra que o fundo de estabilização é insuficiente. “Por isso, nossas projeções se baseiam na manutenção desse cenário. Como não há perspectiva de solução, se não houver nenhuma hecatombe, acreditamos que o corte de crédito na Europa vai impactar na América Latina”, acrescenta.

Com 18% do PIB mineiro voltado para exportação, a vulnerabilidade às turbulências do mercado é o principal problema, segundo Velloso. “As commodities em Minas são 65% das nossas exportações; no Brasil são 40%”, destaca o economista. Diante disso, solução de fortalecimento da economia mineira, bastante concentrada no extrativismo e metalurgia, demandaria investimentos que trariam retorno a longo prazo.

A pressão do Pibão chinês registrado em Minas em 2010 também precisa ser relativizada, com a base fraca da situação de crise de 2009, segundo Machado: “Achamos que a situação estava excelente, mas a economia estava, na verdade, se recuperando. É tendência natural que as coisas se estabilizem”. Mas ele mesmo emenda: “A indústria que não nasce para crescer, nasce para morrer”.


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