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Estado de Minas

Estacionamento nas baladas de BH tem hora com preço de pernoite

Sem vagas nas ruas, motoristas pagam valor abusivo para deixar carro em estacionamentos próximos a bares na Savassi e no Bairro de Lourdes nas noites de quinta-feira, sexta e sábado


postado em 12/12/2011 06:36 / atualizado em 12/12/2011 10:25

Placa na rua mostra quanto é cobrado dos usuários a partir das 19h, nos fins de semana, mesmo se permanência for por menos tempo(foto: Alexandre Guzanshe)
Placa na rua mostra quanto é cobrado dos usuários a partir das 19h, nos fins de semana, mesmo se permanência for por menos tempo (foto: Alexandre Guzanshe)
Ir de carona ou dividir o táxi com os amigos pode ser boa alternativa para quem pretende gastar menos dinheiro na balada na Zona Sul de Belo Horizonte. Além da alta dos preços em bares, boates e danceterias, os baladeiros da capital enfrentam irregularidades nos estacionamentos privados na hora de parar o carro: alguns praticam apenas o preço do pernoite e tiram da tabela a hora fracionada, cobram pagamento adiantado e exigem do cliente que faça a escolha do serviço antecipadamente (se vai querer pernoitar ou pagar por hora).

As novas “regras” dos estacionamentos são adotadas principalmente nas áreas com maior concentração de bares e mais disputa para parar os veículos na rua, como o coração da Savassi e a região do Bairro de Lourdes. Na rua Antônio de Albuquerque, entre as ruas Sergipe e Alagoas, os dois estacionamentos do quarteirão estabeleceram preço único de R$ 25 por pernoite na quinta-feira, sexta e sábado. O pagamento é adiantado e o cliente que quiser parar apenas por uma hora, por exemplo, não tem a opção do preço fracionado.

A reportagem do Estado de Minas pagou R$ 25 para estacionar o veículo das 22h às 23h na noite de sexta-feira no Minas Park, na Antônio de Albuquerque. O preço foi o mesmo que pagaria outro cliente que estacionou todo o pernoite, das 19h às 7h. Ao longo do dia, o estacionamento cobra R$ 10 pela hora e R$ 6 por 30 minutos. Mas de quinta a sábado, quando o movimento dos baladeiros é mais intenso, o fracionamento é extinto no período da noite.

Prática idêntica é adotada pelo estacionamento vizinho, o Tropical Internacional Participações, que cobra R$ 25 adiantado pelo pernoite de quinta a sábado, das 20h às 5h, sem a opção de fracionar a hora. Ao longo do dia a hora sai por R$ 8 e 30 minutos por R$ 4. A esteticista Kátia Cristina de Araújo e a administradora Patrícia Mara foram com um grupo de amigos comemorar o aniversário de Patrícia na Savassi na sexta-feira à noite. Estava chovendo e as duas rodaram por algum tempo nas ruas atrás de vagas, sem sucesso. Acabaram pagando R$ 25 pelo pernoite no estacionamento. “O preço é um absurdo. Eu tentei negociar a fração, mas não teve jeito. Foi o lugar mais perto que achei”, afirma Patrícia.

O gerente do Tropical, Fábio Fernandes, explica que há dois sistemas de cobrança: um funciona das 8h às 20h e o outro é da noite. “Cerca de 70% dos nossos clientes ficam mais de cinco horas na boate. Se a gente fosse cobrar fracionado, sairia R$ 40, mais caro. O preço único pode prejudicar quem fica menos tempo, mas ajuda a maioria”, diz. Ele afirma que a cobrança antecipada acontece para evitar conflitos na saída do local. “Muitos clientes ingerem bebida alcoólica nos bares e esquecem que não pagaram o estacionamento”, diz. O Tropical tem capacidade para 23 veículos. Em relação à tarifa idêntica do concorrente, Fernandes afirma que “não vê nenhum problema”.

Suspeita

Já a designer de moda Flávia Santiago Teixeira e a funcionária pública Paola Cançado Leão não pensam da mesma forma. “Todos os estacionamentos estão cobrando o mesmo preço pela pernoite aqui na Savassi. Está parecendo cartel”, diz. As duas pagaram R$ 25 pelo pernoite na sexta-feira. “Achei caro e o serviço foi ruim. Mas como estava chovendo não queria ficar rodando atrás de vaga na rua”, diz Paola.

O estudante de direito Rafael Conde Freitas e a tia Gisele Conde foram na sexta à noite para um encontro de amigos na Savassi. Os dois deixaram o carro no estacionamento e pagaram R$ 25 pelo pernoite. “Acho caro, pois há algum tempo lembro que pagava entre R$ 10 e R$ 12. Mas como o trânsito estava complicado fui direto ao estacionamento”, diz.

A recepcionista de eventos Ana Luiza Muritiba foi com a amiga Thaís Henrique Chaves, estudante de nutrição, a uma boate na sexta-feira. As duas pagaram R$ 25 no pernoite do estacionamento e também acharam o valor alto. “Mas não tem vaga na rua. A última vez que viemos aqui deixamos com flanelinha, pagamos R$ 20 e ainda fomos multadas”, diz.


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