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Estado de Minas

Copom reduz juros a 11%

Na última reunião de 2011, diretores do BC fazem corte previsível e taxa básica fecha ano 0,25 ponto menor que a de janeiro. Em termos reais, indicador é o mais alto do mundo


postado em 01/12/2011 07:37

Um passo atrás em 2011 para ganhar fôlego em 2012. Com muita calma, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) joga aos poucos a curva de juros para baixo. A decisão tomada na última reunião do ano, divulgada ontem, baixou pela terceira vez seguida a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, encerrando 2011 em 11% ante a abertura em 10,75%. Com o corte, devolve todo o aumento promovido nos sete primeiros meses do ano.

A decisão era esperada pelo mercado e, segundo o economista chefe da corretora Gradual, Andre Perfeito, o Copom “acertou mais do que a média do mercado ao compreender a gravidade do momento econômico na Europa. Hoje há poucos economistas que não reconheçam o movimento do BC como correto”. No início do ano, a expectativa mediana do mercado era de que a Selic fechasse 2011 em 12,5%, nem de perto do valor agora consensual de 11%, de acordo com o Boletim Focus, pesquisa realizada com cerca de uma centena de especialistas e publicada pelo próprio BC. Para 2012 a projeção está em 10%.

Ainda assim, o Brasil ocupa o topo do ranking mundial de juros reais, entre 40 países pesquisados, destaca Jason Vieira, economista da corretora Cruzeiro do Sul. Com o corte de 0,5 ponto percentual, a taxa descontada a inflação para os próximos 12 meses é de 5,1%, mais que o dobro do segundo colocado, a Hungria, com 2,5%. Os outros países com as maiores taxas reais são: Indonésia (1,5%), Chile (1,5%), México (1,3%), China (1,0%) e Rússia (1,0%). Entre as menores, o que também não é bom, estão Venezuela (-7,4%), Cingapura (-5,1%), Hong Kong (-5,0%), Inglaterra (-4,3%) e Estados Unidos (-3,1%). Seria necessário que o país reduzisse a Selic em 3,5 pontos para que o Brasil abandonasse o topo da lista.

Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Neste momento, a autoridade monetária já está nivelando a taxa de juros para atingir a meta do ano que vem. Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Assim, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja descumprida. Sempre que esse limite corre o risco de ser ultrapassado, o BC eleva o juro para tentar inibir o consumo e, com isso, diminuir a pressão de alta sobre os preços.

Repercussão O corte também foi bem-visto pela indústria e pelo comércio. “Os cortes aliviam o peso dos juros dos empréstimos, tanto para o lojista quanto para o consumidor. E com o Natal se aproximando, o índice de consumo tende a crescer gradativamente até a data”, afirmou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Bruno Falci. Ele criticou o patamar ainda elevado e disse esperar que em 2012 os juros caiam para um dígito. “A queda da Selic estimula o consumo das famílias e o investimento das empresas, já que facilita as condições de crédito e diminui o montante gasto com juros, quando se toma um empréstimo. Com o crédito mais disponível e com uma parcela menor da renda comprometida com o pagamento da dívida, a tendência é que tenhamos boas vendas”, justificou.

Para Olavo Machado Júnior, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a decisão é acertada no momento em que se agrava a crise nos países desenvolvidos. “A indústria este ano tem apresentado péssimos resultados de crescimento, em boa parte graças ao cenário macroeconômico atual. A aceleração no processo de redução da taxa de juros representa um dos caminhos necessários e urgente para estimular o consumo interno e reduzir o custo do capital de giro das empresas. O Banco Central deve permanecer nessa trajetória”, disse.


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