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Estado de Minas

Governo propõe medidas para incentivar o crédito, incrementar as vendas e salvar o crescimento

IPI de veículos importados também será revisado


postado em 01/12/2011 06:00 / atualizado em 01/12/2011 06:39

Às vésperas das comemorações de fim de ano, o governo vai afrouxar as medidas de contenção de crédito e consumo, adotadas em 2011, na tentativa de incentivar a economia e garantir crescimento, ainda que tímido, no primeiro trimestre de 2012. Nessa quarta-feira, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, reforçou que a equipe econômica de Dilma Rousseff anunciará, “no máximo até a semana que vem”, o desmonte de parte do aparato preparado para segurar a concessão de financiamentos e a inflação. Apesar de não ter dado detalhes, o ministro destacou que “o que está em discussão, e a Fazenda está preparando, tem mais a ver com crédito. Vamos levantar um pouco as restrições que tinham sido feitas no início do ano, as tais medidas macroprudenciais”, comentou ao sair da conferência Américas+10, promovida pelo Conselho Empresarial da América Latina (Ceal).

Os instrumentos que podem ser usados, conforme a avaliação dos economistas, são a redução da exigência de depósitos compulsórios dos bancos e o corte na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o financiamento de pessoas físicas de 3% para 1,5%. O primeiro, libera mais fundos às instituições financeiras para que elas emprestem, enquanto a queda do imposto torna os empréstimos mais baratos.

A leitura feita pelo mercado é de que o afrouxamento é necessário porque a queda da Selic, sozinha, tem impacto mínimo nas taxas ao consumidor. Cálculo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) mostra que a queda de 0,50 ponto percentual para 11% ao ano tem um efeito quase imperceptível às pessoas físicas. Os juros no comércio, por exemplo, caem de 5,44% para 5,40% ao mês, enquanto a tarifa do cheque especial passa de 8,21% para 8,17% ao mês .

IPI Pimentel também nessa quarta-feira que, até 15 de dezembro, será publicado um novo decreto que mudará as regras para o setor automotivo. "Será a segunda etapa do regime automotivo", disse. Pimentel apontou também que as regras atuais, que determinam aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para montadoras que não utilizem 65% do seu conteúdo produzido no Mercosul, serão flexibilizadas.

De acordo com ele, haverá um cronograma para uso de componentes locais e desenvolvimento de tecnologia. "A forma de aferição de conteúdo local vai mudar. Tudo vai depender do Processo Produtivo Básico de cada cadeia produtiva", disse.

As empresas que implantarem novas fábricas ou apresentarem projetos de avanços tecnológicos terão tratamento diferenciado no IPI, com prazos melhores para adequarem suas produções.

 

Taxas caem nas concessionárias

 

A redução das taxas de juros para financiamentos de até 60 meses sem entrada já estão chegando para o consumidor, mesmo que lentamente. Segundo Fernando Henrique Dias Lopes, gerente de vendas da concessionária Grande Minas, da Chevrolet, as taxas cobradas passaram de 1,64% para 1,60% ao mês pelo Itaú/Unibanco e de 1,67% para 1,52% no banco da Chevrolet.

Além da queda na taxa Selic, as mudanças já são reflexo da suspensão – há mais de duas semanas – das medidas de contenção de crédito adotadas pelo governo, que afetaram diretamente os parcelamentos de longo prazo. Segundo as novas regras anunciadas pelo Banco Central, as operações de financiamento de veículos com prazo de até 60 meses, passaram a receber fator de ponderação de risco menor, o que significa que os bancos devem dispor de menos capital próprio para efetuar a transação. Dessa forma, o custo do dinheiro cai.

Apesar da trajetória de redução dos juros, empresários do setor reconhecem que os reflexos nas vendas – principal motivação para o afrouxamento das medidas macroprudenciais – ainda não foram sentidos. “As pessoas desconhecem as mudanças”, pondera Fernando. Mas a resposta do consumidor é uma questão de tempo, na avaliação do gerente de negócios da Grande Minas, Neemias Rezende. “Acho que as vendas voltarão a se aquecer na medida em que o mercado absorver essas quedas”, avalia. Segundo cálculos do gerente, a retração representaria uma economia de R$ 420 no valor final do veículo passados os 60 meses de pagamento. “Para o caso de um Celta de R$ 23.990 financiado pelo Itaú/Unibanco”, observa.

Mesmo que já tenham se passado mais de 15 dias desde o anúncio da mudança, ainda há bancos que não cortaram os juros. Segundo Antônio Longuinho, gerente comercial da concessionária Pisa Ford, das cinco instituições financeiras com as quais trabalha, somente uma reduziu o custo dos financiamentos de longo prazo sem entrada. “Passou de 1,63% ao mês para 1,52%”, afirma. Na Recreio, concessionária Volkwagen, a percepção é a mesma. “Nem todos mudaram a tabela de juros depois do anúncio do Banco Central e ainda precisam de tempo para se adequar”, avalia a supervisora de vendas Luciana Castro.

Com entrada

Para ter acesso a taxas mais competitivas, é preciso garantir um percentual do valor do carro na entrada, que pode variar entre 20% – para financiamento de 36 vezes – e 40% (60 vezes), política que não foi alterada pelo governo. “Nesse último caso, se a pessoa der os 40%, paga uma taxa de 1,48% ao mês”, calcula a consultora comercial da Renault Valence, Christiane Simões. Para quem não tem condição de dar a entrada, os valores continuam mais elevados, mas a diferença começa a cair, passando de 1,64% para os atuais 1,54% na concessionária Renault.

 

 


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