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Estado de Minas

Indústria pressiona por juros menores

Estudo indica que taxa básica ideal deveria ser de 6% ao ano. Mercado prevê corte hoje de 0,5 ponto nos atuais 11,50% da Selic


postado em 30/11/2011 06:00 / atualizado em 30/11/2011 06:41

O governo federal precisa criar condições para reduzir a taxa básica de juros (Selic) para níveis mais próximos do patamar internacional. A avaliação foi feita nessa terça-feira pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Hoje, no segundo e último dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), a aposta do mercado é de redução de 0,5 ponto percentual nos atuais 11,50% da taxa básica .

Na opinião do dirigente da Fiesp, considerando a média mundial de juros reais, que é de 0,4% ao ano, conforme estudo da entidade divulgado nessa terça-feira, e a projeção de inflação ao redor de 5,6% em 2012, segundo a pesquisa Focus, do BC, o ideal para o Brasil seria que a taxa Selic estivesse atualmente em 6% ao ano e não em 11,50% ao ano. "Se for 6,5% ou 7%, tudo bem, mas certamente 11% ou 12% está errado. Nós estamos em um momento muito oportuno para reduzir os juros", afirmou Skaf, que lançou nessa terça-feira o "jurômetro", ferramenta que mensura o quanto o governo federal já gastou com os juros da dívida pública neste ano.

Para o presidente da Fiesp, cabe ao governo federal criar condições para reduzir os juros para um patamar mais próximo da média internacional. Questionado, ele não respondeu se é ou não favorável a mudanças nas regras de remuneração da caderneta de poupança. Em 2009, essas regras impediram uma diminuição mais intensa dos juros (caíram até 8,75% ao ano entre julho de 2009 e abril de 2010), durante a crise financeira mundial, sob o risco de fuga de capitais do mercado para a poupança. Na avaliação de Skaf, cabe ao governo federal encontrar uma forma de equilibrar a remuneração da poupança de forma a proteger investidores sem prejudicar a competitividade e o crescimento do país.

 "Os juros ainda estão muito distantes desse patamar de 8%. Quando chegarmos lá, voltamos a conversar." Ainda de acordo com o estudo da Fiesp, o custo de capital de giro no país é mais elevado do que no exterior. Por essa razão, o impacto desse custo no valor da produção é de 6,67%, 4,6 pontos percentuais acima do que o verificado em países como Chile, Itália, Japão, Malásia e Noruega.

Tributos
Segundo a entidade, o custo do capital de giro representa 7,5% do preço dos produtos industrializados no país. As despesas do governo federal com os juros da dívida pública, nos 12 meses encerrados em setembro, foi de R$ 231,2 bilhões, o equivalente a 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Fiesp. Se o Brasil tivesse uma taxa real de 1,78% ao ano, acrescenta, a despesa com juros seria de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A Fiesp também aponta que uma redução nos juros diminuiria a carga tributária em 4,5 pontos percentuais, de 33,6% para 29,1% do PIB. Se toda a economia obtida com a redução da Selic fosse destinada ao investimento público, acrescenta o estudo, a taxa de investimento aumentaria de 18,4% para 22,9% do PIB.


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