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Estado de Minas

Montadora chinesa vai se instalar no Nordeste brasileiro

Depois do anúncio da nova fábrica da Fiat em Goianá (PE), é a vez de a JAC Motors escolher Camaçari (BA), ameaçando o posto mineiro de segundo maior polo automotivo do país


postado em 17/11/2011 06:00 / atualizado em 17/11/2011 07:12

Carro da chinesa JAC, que oficializou ontem a construção de uma fábrica em Camaçari, na Bahia (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Carro da chinesa JAC, que oficializou ontem a construção de uma fábrica em Camaçari, na Bahia (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Minas Gerais, segundo maior polo automotivo do país, está ficando para trás na corrida pela expansão do mercado. Ontem, a chinesa JAC Motors anunciou oficialmente a construção de sua fábrica em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (BA), onde já está instalada uma unidade da Ford. Uma área de 5 milhões de metros quadrados vai operar em dois turnos e deve gerar cerca de 3,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos para produzir 100 mil unidades a partir de 2014. O investimento total é de R$ 900 milhões, sendo 80% do grupo brasileiro SHC e 20% da marca.

"Uma fábrica por si só não consolida um polo automotivo, mas a chegada da JAC atrairá outras empresas e, assim, vai consolidando um polo, como já existe em São Paulo e Minas Gerais. Temos mão de obra, estamos melhorando a infraestrutura logística e isenção de impostos faz parte. Não me comparo com Minas Gerais, mas estou empenhado em trazer novos investimentos para a Bahia", disse o governador do Estado, Jaques Wagner (PT).

Sérgio Habib, presidente da JAC Brasil, explicou que a decisão da instalação da montadora na Bahia deve-se ao potencial mercado consumidor de Salvador e de toda a Região Nordeste do país. "O Nordeste está crescendo a taxas chinesas. E Salvador é o quarto maior mercado, à frente de Porto Alegre e de Curitiba, por exemplo", afirmou. "É um marco importante para a indústria automobilística brasileira, pois será a primeira montadora de automóveis de grande volume do Brasil, que produz modelos abaixo de R$ 50 mil, com controle totalmente nacional", disse Habib.

Também de olho no mercado, a italiana Fiat, com fábrica em Betim (Grande BH), anunciou recentemente sua segunda montadora brasileira em Goianá (PE), onde prevê contratação de 7 mil empregados.

 Sem contar os investimentos anunciados por entrantes no mercado nacional, como a JAC, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) contabiliza investimentos de US$ 22 bilhões no setor entre 2011 e 2015, em parte estimulado pelas medidas anunciadas pelo governo. Entre as ações, o aumento em 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados que não cumpram exigências nacionais. A medida entra em vigor em 15 de dezembro.

Rio de Janeiro

Além de Pernambuco e Bahia, o Rio de Janeiro também recebe investimentos substanciais que podem consolidar novos polos automotivos no Brasil. A PSA Peugeot-Citroen investirá R$ 3,7 bilhões até 2015 na cidade fluminense de Resende. Lá, a japonesa Nissan (parte de uma aliança com a francesa Renault, principal rival da PSA) e a fabricante de caminhões MAN Latin America também construirão unidades industriais.

As fábricas a serem construídas até 2015 e a ampliação das já existentes vão adicionar ao mercado nacional uma capacidade de 2 milhões de veículos ao ano. Apesar do significativo número de marcas que chegarão ao Brasil, metade desse volume virá dos projetos de expansão das quatro maiores fabricantes atuais. Fiat, Ford, General Motors (Chevrolet) e Volkswagen prometem adicionar quase 1 milhão de automóveis por ano no mercado com ampliação de suas linhas ou construção de novas fábricas. O investimento atual da Fiat em Betim é de R$ 7 bilhões, com projeção de ampliar a atual produção de cerca de 670 mil unidades para 900 mil, dando fôlego para Minas seguir nessa corrida.

Potencial

Diante da ameaça asiática, as veteranas se esforçam para garantir suas posições no mercado brasileiro, um dos mais cobiçados no setor automotivo mundial pelo fato de continuar crescendo em meio a uma crise econômica global. Ainda de acordo com a Anfavea, a indústria local tem capacidade para produzir 4,3 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus por ano. Com os projetos já anunciados, esse potencial pode chegar a 6,3 milhões, um crescimento de 46,5%.

*A repórter viajou a convite da JAC


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