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Estado de Minas

Genérico do Copom mantém juros em 12%

Assim como ocorre na reunião do Comitê de Política Monetária em Brasília, estudantes de economia se reúnem em BH e, com base em indicadores, definem qual será a taxa Selic


postado em 15/10/2011 06:00 / atualizado em 15/10/2011 07:02

Com a seriedade e formalidade que o tema exige, 12 alunos do curso de economia da Faculdade Ibmec se reuniram nessa sexta-feira para decidir os rumos da política monetária nacional. Munidos de indicadores de desempenho em diversos setores, o colegiado de estudantes simulou o que seria uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) digna da versão original, que será realizada em Brasília nos dias 18 e 19.

Ao contrário das apostas do mercado e da sinalização dada pelo próprio presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, a expectativa do Núcleo de Estudos de Política Monetária (Nepom) do Ibmec é de que a taxa Selic seja mantida em 12%, com possível queda de 0,25 ponto percentual em um cenário de pessimismo que ronda a produção industrial. “A intenção é tentar prever o que o BC fará com a taxa de juros. Aqui analisamos a conjuntura como se fôssemos do Copom”, afirma o coordenador do Nepom, professor e pesquisador Cláudio Shikida.

Há três anos, alunos de economia de diversos períodos se reúnem poucos dias antes da divulgação da nova taxa de juros para apresentarem indicadores e argumentações que embasem a decisão que sairá de Brasília. A exposição de dados inclui análise do cenário no setor externo e da perfomance do comércio exterior, atividade econômica, mercado de trabalho, setor público, crédito e inflação no Brasil e no mundo.

Em sua primeira participação, a estudante do terceiro período Caterina D’Ippolito falou sobre a conjuntura internacional, principal argumentação utilizada para a reviravolta na política monetária iniciada na última reunião – quando a Selic sofreu corte de 0,50 ponto percentual, sendo fixada nos atuais 12%. “Essa discussão nos dá uma base muito boa sobre o cenário”, pondera depois de evidenciar a escalada preocupante da inflação na China e na Zona do Euro, onde já chega a 3% este ano, além do possível acirramento da crise nos países da Europa.
Veterano nas reuniões, Rômulo Muzzi participa desde agosto de 2009 dos encontros e também tratou de um tema que está no cerne das discussões: a inflação. Ele destacou que nos últimos 12 meses o índice já acumula variação de 7,31% – muito acima do teto da meta, de 6,5%. “Acho que a Selic não deveria cair por conta disso”, avalia, mesmo acreditando que o cenário é de queda.

Mercado

Entre analistas de mercado, há um certo consenso de que haverá manutenção dos cortes, com previsão mais provável de 0,50 ponto percentual. Mas para Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, há espaço para reduções ainda mais expressivas. “O PIB está em franco retrocesso e esta realidade passa agora da simples percepção para a evidência, e já há um sentimento que prognostica o crescimento em 2011 abaixo de 3%”, afirma ao lembrar os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) – espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB) –, que registrou queda de 0,53% em agosto e de 0,19% em três meses. “Não se deve descartar que o Copom possa efetuar um corte mais incisivo na taxa Selic, algo entre 0,75 e 1 ponto percentual”, acrescenta.

 

Inflação continua a assombrar

 

Brasília – A retração da atividade econômica detectada pelo Banco Central em julho, julho e agosto – somente neste último mês, a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) calculada pela instituição registrou queda de 0,53% – não foi suficiente para derrubar a inflação. Pelo contrário. As projeções indicam grande possibilidade de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechar o ano acima dos 6,5% definidos como teto da meta referente ao custo de vida.


Não à toa o Palácio do Planalto acendeu o sinal de alerta. Se o primeiro ano de governo da presidente Dilma Rousseff será desanimador do ponto de vista econômico, para 2012, o quadro não será muito diferente. Há quem diga que o IPCA ficará próximo de 6%, combinado a uma taxa de crescimento inferior a 3%. Ou seja, o Brasil pode repetir o pesadelo europeu: expansão mínima do PIB com inflação alta – a chamada estagflação.

No Brasil, os indicadores têm deixado as autoridades e economistas em constante sobressalto. Enquanto a inflação acumulada até setembro está acima de 7%, as vendas do comércio varejista ampliado começaram a dar os primeiros sinais de fraqueza, ao registrar queda de 0,4% em agosto. No mesmo mês, a indústria levou um tombo de 0,2%, com retração em 10 das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os segmentos mais afetadas foram os de calçados, eletrônicos, plástico e móveis.

 


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