Com aportes de R$ 500 milhões, a MRV vai construir um distrito industrial privado em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As obras de urbanização começam no quarto trimestre, com aporte de R$ 175 milhões, que serão destinados a urbanizar uma área de seis milhões de metros quadrados, dos quais 3,5 milhões terão capacidade para receber 500 indústrias. Os outros R$ 325 milhões serão aplicados na construção de condomínios logísticos, a segunda etapa do projeto. Segundo estimativa da Colliers, consultoria especializada no segmento imobiliário, o novo distrito industrial deverá gerar 68 mil empregos nos próximos 13 anos.
Em Betim, a Fiat é um exemplo claro dessa realidade. No ano passado, a montadora trabalhou com 92% de uso de sua capacidade instalada e tem pouco espaço disponível para crescer na própria planta industrial. Na fábrica mineira, a montadora vem tentando racionalizar o fluxo a produção, mas para isso depende do desembaraço de um terreno bem próximo de seu parque industrial, já desapropriado pela Prefeitura de Betim. Essa área, porém, enfrenta pendências entre herdeiros na Justiça. Há produtos de grande volume, como sistemas de escapamento, que a empresa tem trazido do interior de São Paulo, quando poderia lançar mão desses itens com produção local.
Maria do Carmo Lara, prefeita de Betim, explica que vem trabalhando com o objetivo de articular a implantação do distrito industrial privado da MRV. A Toshiba, por exemplo, quis se instalar em Betim e já foi apresentada ao projeto. Em discussão, agora, está a atração do centro logístico da Coteminas para o empreendimento. “As empresas querem vir para cá e não tem área. Por isso estamos articulando a construção de distritos industriais privados”.
A ideia é promover a urbanização e oferecer às indústrias instalação de melhor qualidade, o que é pouco usual no estado. O projeto estruturante é uma das meninas dos olhos do presidente da MRV, Rubens Menin. “Serão 3,5 milhões de metros quadrados para resolver o problema da falta de espaço para as indústrias em Minas. Isso vai mudar a cara dos condomínios industriais em Minas”, observa o empresário. Em seguida, com a instalação dos condomínios, os custos da manutenção poderão ser rateados entre as empresas que comprarem as áreas. O rateio torna a operação mais barata.
Resultado
A MRV fechou o primeiro semestre de 2011 com crescimento de 4,9% nas vendas em comparação com igual período do ano passado, totalizando R$ 1,8 milhão em 16.317 unidades. O número de lançamentos avançou 4,4% nesse intervalo de tempo, chegando a 14.691 unidades (R$ 1,194 milhão).
O que nos interessa
Mais empregos na região
A criação de novos distritos industriais atrai empresas e cria empregos na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde já não existem áreas disponíveis nem sequer para a expansão das companhias que operam na região. Sem espaço para se instalar aqui, a tendência é que empresas se instalem em outras regiões. Perde-se investimentos, arrecadação e postos de trabalho. Em Betim, a construção de distritos industriais privados significa a oferta de áreas para instalação de fábricas, garantindo assim a geração de trabalho e renda na cidade.