Este é o retrato do nosso cenário político nacional: quando refletimos que ocorrerá uma possível conscientização política, eis que surge a notícia de que o TRE-SP aprovou o registro estadual do Partido Nacional Corinthiano (PNC). A aprovação concretizou-se na terça-feira (17).
O referido partido começou a ser organizado em agosto de 2014. O site da agremiação política define a sigla como um movimento de cidadãos, e não de políticos profissionais ou homens de aparelho.
A Resolução TSE nº 23.465/2015 prevê que para a criação de um partido político é necessário o cumprimento de diversas etapas, da elaboração do estatuto ao pedido do seu registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A primeira tentativa de registro do partido, ocorrida em 2015, teve seu pedido rejeitado. O relator do caso, ministro Gilmar Mendes ressaltou em meio à sessão que tinha muita expectativa em analisar o pedido: Tendo em vista o programa desse partido, até fiquei com medo de haver um tipo de hiper-representação, acho que ele ocuparia lugares de partidos que já estão em atividade aí no país, brincou.
A falta do apoio mínimo exigido (21.262 eleitores), foi o principal motivo de rejeição. Atualmente, o partido reuniu até o momento o apoio de 24.710 eleitores no estado, ou seja, 0,1% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados no último pleito.
O Sport Club Corinthians Paulista, em nota divulgada no site oficial do clube, repudiou o uso oportunista do sentimento corinthiano, que reconhece somente sua bandeira e suas cores, e garante que não haverá apoio aos envolvidos neste partido.
De toda sorte, com tal aprovação para criação do Partido Nacional Corinthiano, o Tribunal Superior Eleitoral transmite a sensação de que apenas leva-se em conta as exigências estabelecidas em lei, pouco importando a repercussão negativa que provavelmente será desencadeada pela população. Fato é que o sistema democrático possibilita a ocorrência de tal hipótese e, como tal, deve ser preservada.