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Estado de Minas

Fazenda urbana com produção de hortaliças e peixes chega a BH

A novidade ficará em um shopping e está sendo implantada pela startup BeGreen. Projeto é pioneiro no gênero na América Latina


postado em 06/02/2017 06:00 / atualizado em 06/02/2017 08:54

Croquis mostram o projeto na área externa do Boulevard Shopping, no Santa Efigênia(foto: Be Green Boulevard/Divulgacao)
Croquis mostram o projeto na área externa do Boulevard Shopping, no Santa Efigênia (foto: Be Green Boulevard/Divulgacao)

Imagine uma fazenda na Avenida do Contorno, área central de Belo Horizonte, com produção de mais de 50 mil pés de alface por mês, além de rúcula, agrião e ervas em geral, tudo sem aplicação de agrotóxicos. Imagine que esse espaço, em meio a prédios, carros e toda a agitação de uma capital, conte com um criatório de tilápias. Pense na possibilidade de que qualquer pessoa possa ir até lá e comprar hortaliças e peixes, diretamente da lavoura e dos tanques para a mesa de casa. Agora, pare de imaginar, porque esse lugar vai fazer parte da rotina da cidade em breve. Será inaugurada em BH no mês que vem a primeira fazenda urbana comercial da América Latina, no Boulevard Shopping, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste da cidade.

O empreendimento é fruto de parceria entre o centro de compras e a startup BeGreen, que produz hortaliças orgânicas em Betim, na Região Metropolitana da capital. A fazenda urbana está sendo instalada num terreno de 2,7 mil metros quadrados anexo ao Boulevard, por onde passam, todo mês, cerca de 1 milhão de pessoas. Até então, a área vinha sendo usada para abrigar atrações como circo e exposições. Só a estufa ocupará 1,5 mil metros quadrados, com capacidade de produção mensal de 50 mil pés de alface.

“A fazenda urbana segue o conceito de que a produção ocorra no centro da cidade e o consumo, num raio de 10 quilômetros”, explica um dos idealizadores do projeto, Giuliano Bittencourt, sócio da BeGreen, ao lado de Pedro Graziano. Na essência da iniciativa, está o desafio de diminuir o desperdício. “A alface que você come é transportada, vai para a Ceasa (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais) e, depois, para o supermercado. Essa longa cadeia faz aumentar o desperdício e o custo, por causa dos intermediários”.

De acordo com levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2015, entre 40% e 50% da produção agrícola são desperdiçados nas etapas de produção, pós-colheita, armazenamento e transporte. Só o desperdício no Brasil poderia matar a fome de 11 milhões de pessoas, segundo a FAO.

O novo espaço na capital mineira também abrigará a Casa Horta, construção onde serão vendidos os produtos cultivados no local e oferecidos itens entregues por produtores locais, e uma unidade do restaurante Casa Amora, que funcionará no conceito farm to table (da fazenda para a mesa). O estabelecimento vai servir refeições preparadas com as hortaliças da fazenda urbana. Na estrutura, que contempla palco e espaço de convivência, serão realizados eventos, palestras relacionados à vida saudável e sustentabilidade e o empreendimento será aberto à visitação de estudantes. A expectativa é de atender 1 milhão de pessoas por ano.

ALFACE A ideia de criar uma fazenda urbana surgiu depois de Giuliano Bittencourt ter visitado, em 2014, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. A universidade conta com laboratórios de fazendas urbanas. De volta ao Brasil, o administrador público fundou com o administrador de empresas Pedro Graziano a Be Green. Junto de uma equipe de engenheiros agrícolas e técnicos da área, eles iniciaram a produção de alface baby numa propriedade em Betim.

O sonho de vir para a capital e montar a fazenda urbana se tornou realidade por meio da parceria com o Boulevard, que vem sendo costurada há seis meses. A gestão da Be Green Boulevard será toda da startup, que não revela o valor do investimento. A técnica usada na produção será a aquaponia, que integra a produção de peixes e hortaliças. Nesse modelo, a água usada na criação das tilápias será reaproveitada no plantio dos vegetais. Os excrementos dos peixes ajudam a nutrir as plantas.

Ainda por meio dessa técnica, serão produzidos alface, rúcula, agrião, brotos e ervas em geral. A produção consiste na oferta de vegetais mini ou baby. “O fato de não ter deslocamento torna o produto de 25% a 30% mais barato”, ressalta Bittencourt. O kit com dois pés de alface será vendido a R$ 5. Produtores locais também serão convidados a vender seus produtos na Casa Horta.

Elas ganham o planeta


As fazendas urbanas comerciais consistem em tendência e tem se espalhado pelo mundo afora. Quatro delas estão situadas nos Estados Unidos, sendo três em Nova Iorque e uma em Chicago. Londres também conta com um empreendimento do tipo. Em Berlim, uma fazenda produz peixes, verduras e legumes em larga escala usando a aquaponia, mesma técnica que será implantada na Be Green Boulevard. No Japão (foto), há mais três fazendas urbanas que produzem e comercializam variados alimentos. Singapura também tem um estabelecimento, que é a primeira fazenda vertical comercial do mundo


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